segunda-feira, 3 de junho de 2013

[sin título]

você e pára e pensa

estamos vivendo um natal no espaço

você pára e deixa

a alma de alguém falar mais alto


"e se tudo que eu faço

não passa de reflexo

alheio

à minha essência

então eu adiciono

essência de vanilla

só porque eu me identifico com as orquídeas"







fórmula para o plano cinematográfico:

R = T+E+M

R sendo Ritmo
T sendo Tempo
E sendo Espaço
M sendo Movimento

fórmula para a sequência de planos cinematográficos:

R + R + R + R + R + R + R + R + R

Ad finem 

Ad futuram memoriam

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

a uma gota - de distância - do sangue da humanidade?

Quem é esse gênio que vive tão-logo excluído, tão breve perdido?

O relógio clica o claque mas não lhe ressalta a vista, nem um ploc do azedo solar no olho.

Este inconsciencioso Fenício, de língua reprogramada, disse o dito, mas não sem trancar a passagem livre de ar pela boca inconteste.

Este tão nobre criador de exímias consumações - agora exumadas - refúlgidas ao sol - finalmente -  depois de milênios envoltos em delicada cortesania de argila.

Ora, a pergunta que não cala - "de quem é que se fala?" - não tem resposta seguinte, nome não há preservado em heraldes.
-
Mas há uma que lhe é atribuída, um terciado em mantel, heralde máxima da força de um povo que se abastecia de cultura.
-
Isso não é para ser entendido agora: "quem ele é?"
Era um fenício de escudo ornado em asas de Cisne, animal a que ascende o homem, findadas as criações que lhe imputam seu códice cosmogônico, decifrável na aruspicina segundo o teto estelar do seu nascer...

Por isto, grifadas nas bibliografias consultadas, têm-se aproximados os narradores em unanimidade de sua menção como o "gênio". Mas não é único, em nossa estirpe, nem o será, e não são todos esses referidos gênios diferentes uma gota do sangue da humanidade.








quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

um gênio distante numa escada qualquer


Uma coisa agora é certa, desde agora até o nunca: caminhar a passos largos, numa escada de prata, parece criação de um gênio esquecido e sufocado – aquele que, por não ter mais amigos nem outra opção, decidiu perseguir quem tivesse, menos que ele, e quisesse uma boa companhia ao fim dessa noite tão lânguida, tão sóbria.

Mas que gênio é esse que nenhuma canção compõe nenhum livro escreve? Um gênio assim tão distante, tão lúcido, deve estar pensando o que fazer em dias falsos e frios, quando estiver catando coquinho na praia, à tarde, em Itapuã.

‘Ora mas não era o que fizera um outro gênio no passado?’, ele se perguntava ao parar de seguir pensando em fazer o que faria, caso não tivesse consciência de que nem respaldo, ou tato, tinha sobre o “mel da sociedade”: a projeção atônita da voz ao ver-se no espelho em reflexo de um outro.

Nós nos cercamos de espelhos mas não conseguimos ver por trás deles, onde moram câmeras esperando o acontecer e, quando nada acontece, algo acontece por dentro, existe uma câmera em cada saída, cada escapada da mente.

´Então, vamos lá´, ele respira e espera por uma sua reação nova.

´Mas não há gênio que é gênio que apenas reproduza a melhor maneira alheia de viver da vida!´, exclama incontente e - o pior de tudo – in-com-tes-te: pois no quesito “julgamento”, ele é o juiz de si próprio, e quando necessário também o juri, e o réu.

Um riso, uma agonia, um ´agora! Ah!´, ele grita, mas permanece distante o “um amor de Swann” e, de todos os lagos, o lago dos cisnes alados parece o mais adequado para um gênio tão triste, tão retardado.

E tudo isso parece que se passou num amortecido pisa pisa de pernas, e pés, nos degraus de uma escada qualquer...

sábado, 9 de fevereiro de 2013

a minha história é tão grande pro seu mar


Qualquer que seja a maneira de andar, ela anda, segue a vida que segue, na nau potente do nadar, correr, andar, pelas ruas inabitadas de verdadeiras companhias, que ela quereria ter, não fossem as mentes de seus compatriotas tão descartáveis sujando as calçadas.

Ó, e quando vem, e quando vai, e se vem, e se vai, como o bem-estar inocente dos que estão a querer algo distante de si mesmos e nunca se satisfazem com o "quem me dera ao menos uma vez" estar ao lado da vida, essa louca, amada, recalcada, ingênua maneira de se olhar no espelho e perceber-se ali ausente-presente aos fatos ou até da matéria, alheia  ao espaço, ao tempo, ao fato, ao largo do que passa ao redor de si, em velocidade baixa, mas mugindo, mugindo, como um boi brincando num pasto um passa-tempo tedioso.

Quem tem a jurisdição sobre esse corpo, quem diz onde é e onde está alguma maneira de continuar vivo, ou escrever aquela bela carta de despedida, e se melecar, num veneno dado por aqueles que te detestam ou te amam dependendo do lapso que dura o segundo a que estamos nos referindo.

Ó, é bela a estrada da vida, mas deseja ou almeja um ponto a brilhar num instante e a se apagar em outro, num farol em algum mar imaginário.

Este é um não reconhecível ponto, de estar, ser, onde chegaremos, ou chegamos, ou fomos cegados, para o momento em que seremos o "bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz"